quarta-feira, 4 de junho de 2008

Entrevista


“A entrevista é uma conversa com um objectivo.”
(Bingham & Moore: 1924)


Segundo Bogdan e Biklen (1994), na investigação qualitativa, as entrevistas podem constituir a estratégia dominante para a recolha de dados ou podem ser utilizadas em conjunto com outras técnicas (de recolha de dados), tais como a observação participante e a análise de documentos, entre outras.
O inquérito é um método que visa suscitar um conjunto de discursos individuais, analisá-los e generalizá-los (Ghiglione & Matalon, 2001). Estes inquéritos podem ser de dois tipos, por entrevista ou questionário.
A entrevista é um “método de recolha de informações que consiste em conversas orais, individuais ou de grupos, com várias pessoas seleccionadas cuidadosamente, cujo grau de pertinência, validade e fiabilidade é analisado na perspectiva dos objectivos da recolha de informações (Ketele, 1999: 18). Através de um questionamento oral ou de uma conversa, um indivíduo pode ser questionado sobre os seus actos, as suas percepções ou os seus projectos, existindo uma interacção directa. A interacção directa é uma das possibilidades de abertura entre entrevistador e entrevistado, em que existe um objectivo que se resume a “(…) abrir a área livre dos dois interlocutores no que respeita à matéria da entrevista, reduzindo, por consequência, a área secreta do entrevistado e a área cega do entrevistador.” (Carmo & Ferreira, 1998:126).
A interacção directa nem sempre é fácil, pois estão em questão duas pessoas que podem ser completamente diferentes, e para que ocorra sucesso na entrevista é necessário que exista uma relação de simpatia, que faz gerir três aspectos que poderão ocorrer. São eles, segundo Carmo e Ferreira (1998:126): a influência do entrevistador no entrevistado, as diferenças que entre eles existem (podem ser de ordem racial, cultural, social ou geracional), e a sobreposição de canais de comunicação.
O questionário, outra forma de inquérito, distingue-se da entrevista pelo facto do investigador e do inquirido não interagirem em situação presencial.
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Bibliografia:
  • Bogdan, B. & Biklen, S. (1994). Investigação Qualitativa em Educação – uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, Lda.
  • Carmo, H. & Ferreira, M.M. (1998). Metodologia da investigação: Guia para Auto-aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta
  • Ghiglione, R. & Matalon, B. (2001 [1985]). O inquérito teoria e prática. (4ª ed.). Oeiras: Celta Editora.

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